Quinta escola do Grupo Especial a entrar na avenida, a Chegou o que Faltava homenageou o simbólico Teatro Glória. O espaço de cultura e lazer capixaba do Centro de Vitória teve sua história contada em atos, ou melhor, em alas de fantasias bem elaboradas e carros luxuosos. Tudo isso embalado pelo samba-enredo "Bravo! Abram-se as cortinas".
A agremiação da Grande Goiabeiras voltou ao Grupo Especial este ano e passou por uma grande reestruturação interna.
Os 1.200 componentes evoluíram na avenida descrevendo desde os primórdios do Centro Cultural Glória. No começo era apenas um bar que, no século XX, sob influência francesa, acabou recebendo um aterro com jardim e cassinos, abrigando boêmios capixabas nas primeiras décadas.
Logo na comissão de frente, o viés francês foi representado pelos dançarinos, que fizeram aulas de balé e stiletto (dançar com salto alto) para montar a coreografia.
Com leveza, encenação e brilho, a escola mostrou no desfile que quando, enfim, virou espaço cultural, o Teatro Glória chegou a abrigar um cinema. A sétima arte foi representada em um dos carros alegóricos, exibindo filmes originais em telas de cerca de três metros de altura.
Os vendedores de pipoca do teatro foram lembrados na fantasia dos integrantes da bateria Ritmo Nervoso. Um dos ritmistas era a Carolline Aguiar, de 22 anos, que estreava. "É meu primeiro ano na bateria da Chegou o que Faltava e não tem como negar o frio na barriga. Vim a convite da diretora e acredito que vamos brigar por título", contou a jovem tocadora de agogô.
Além do valor histórico-cultural para a sociedade capixaba, o Teatro Glória trouxe um crescimento da própria cidade ao seu redor, também apresentada no desenrolar do desfile da Chegou o Que Faltava.
Uma das figuras famosas que desfilaram pela agremiação foi David Brazil. "É a quarta vez que desfilo pela Chegou o que Faltava, e acho que o samba deste ano é um dos mais lindos que a escola já teve. Tenho paixão e não perco por nada, abri mão até o Baile da Vogue para desfilar aqui em Vitória hoje", contou o artista, que foi destaque de chão, com samba na ponta da língua e muita simpatia durante o desfile.
Com muito rosa e azul na avenida, cores do pavilhão, a escola também descreveu o palco principal que ainda existe no prédio. A arte carnavalesca permitiu que o público pudesse ver como o Teatro Glória assiste, hoje, ao espetáculo do Carnaval Capixaba passando bem na sua frente.
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