COLUNA Adriano Lima Neves

PICANHA: UMA METÁFORA MAL INTERPRETADA!

Por Adriano Lima Neves - Não é para facilitar as pessoas que tem dificuldade de interpretação de textos um pouco mais elaborados, que não é o caso do caro leitor de O Leopoldinense, que posto este texto de hoje. Mas, é pela forma equivocada, ou maldosa, como algumas pessoas absorvem e dão outro sentido a informações relativamente fáceis de entender, que me vejo na obrigação de esclarecer um tema amplamente replicado nas redes sociais: a volta da picanha no prato do brasileiro pobre.

A maioria das pessoas, cerca de 51% da população, acha que é desnecessária uma explicação mais pormenorizada do que isso significa, mas, pelo que temos visto ultimamente, um outro percentual bem significativo certamente precisa dessa explicação. Vejo até que, para essas pessoas, é necessário conceituar o que é picanha e o que é metáfora, para que possam chegar ao mínimo entendimento desse tema.

Então, vamos lá. Picanha é um corte nobre de carne bovina, mas que também já se popularizou de outros animais, como os suínos. A origem desse nome genuinamente brasileiro é creditada a um fato pitoresco ocorrido em São Paulo, lá nos idos dos anos 1950. Baby Pignatari, um assíduo frequentador de um restaurante paulista especializado em carnes, ao saborear uma carne grelhada, perguntou ao garçom o que era aquela carne e o que dava aquela textura e sabor especial. O garçom, de origem argentina, teria respondido em espanhol que o que dava sabor e macies àquela carne era a “picaña”, se referindo à ponta daquele ferrão com que se cutuca o lombo do animal, exatamente no local de onde se retira a famosa peça de carne. E o Baby Pignatari entendeu a expressão como se fosse o nome daquele corte de carne. E, como era neto do conde Francesco Matarazzo, fundador das Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo, o maior complexo industrial da América Latina no início do século XX, a história foi difundida nos meios sociais mais abastados de São Paulo, tornando a picanha uma carne nobre.

E metáfora, o que é? é uma figura de linguagem em que se usa ou se nomeia uma coisa como outra com a qual é possível estabelecer uma relação de comparação subentendida entre esses dois elementos., mesmo em sentido figurado. É uma ferramenta da comunicação humana muito poderosa e usual, pois está presente em praticamente todas as conversas do nosso dia a dia, especialmente na música, na poesia e até nas propagandas. A metáfora é usada para expressar um pensamento sem precisar ir direto ao assunto, pois o interlocutor subentende que todos irão entender. Ou pelo menos a grande maioria da população.

Para clarear o percentual de pessoas que não entendem as metáforas, vai alguns exemplos simples, como "pé de alface", “perna da mesa”, “braço da cadeira”, “braço do sofá”, “cabeça do alfinete”, “dente de alho” e “céu da boca”, em que claramente não se quer dizer que são partes do corpo humano ou do espaço sideral.

Após essas informações facilitadoras da interpretação de um texto, devo reforçar que a
“picanha” usada para se justificar a volta de uma política social mais voltada aos necessitados e vulneráveis desse país, não quer dizer literalmente a carne nobre que se retira do lombo do bovino. Reforço que é uma figura de linguagem, uma metáfora, usada para que as pessoas compreendam que o conteúdo do prato de comida do brasileiro, usado de maneira metafórica como picanha, pode ter melhor qualidade a partir da implantação de melhores políticas sociais. Ou você acha que quando falamos “minha prima é uma flor”, somos primos de um vegetal. Ou quando damos “murro em ponta de faca” estamos falando literalmente em machucar a mão na lâmina de uma faca. Ou ainda, “carregar o mundo nas costas” é ser um gigante com força descomunal para carregar o globo terrestre nas costas. Nem se a terra fosse plana, pois, como dizem alguns, deixou de ser no último dia 30 de outubro



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4 Comentários

  1. Quaaaanta babaquice pra acobertar um mentiroso

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  2. 90% dos eleitores do Lula acreditaram que a promessa de picanha e cerveja era verdade.... Principalmente aqui no nordeste

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  3. que paspalho.. hahahahhahahahha usar de interpretação pessoal pra justificar.. O candidato dos pobres nao usa de metaforas, ele nao tem q.i pra isso, e nem que quisesse caberia falar isso pra pobre!!!

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  4. Ah tá! Faz o L aí gente 😂 🥩

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