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Morre Sebastião Salgado, um dos maiores fotógrafos do mundo, aos 81 anos

Foto: AFP

Artista humanista tinha ligação com o Espírito Santo, onde participou de projetos ambientais e culturais

O mundo da arte e da fotografia perdeu nesta sexta-feira (23) uma de suas vozes mais potentes. Faleceu em Paris, aos 81 anos, o fotógrafo mineiro Sebastião Salgado, vítima de complicações decorrentes de uma leucemia, agravada por uma malária contraída em 2010. A informação foi confirmada pela família e pelo Instituto Terra.

Nascido em Aimorés, na divisa entre Minas Gerais e o Espírito Santo, Sebastião Salgado teve forte ligação com o território capixaba ao longo da vida. O Instituto Terra, fundado por ele e por sua esposa Lélia Wanick Salgado, está localizado justamente em uma antiga fazenda da família, às margens do Rio Doce, no município de Aimorés, mas com atuação direta também em diversas áreas do Espírito Santo.

A iniciativa tornou-se referência nacional e internacional em reflorestamento e educação ambiental, especialmente na recuperação da bacia do Rio Doce — um dos cursos d’água mais importantes para o povo capixaba e mineiro. Diversas escolas, universidades e comunidades do Espírito Santo participaram de ações e oficinas do instituto, fortalecendo o laço entre Salgado e o estado.

Reconhecido mundialmente por seus registros em preto e branco de forte carga emocional, Salgado eternizou o sofrimento e a resistência de povos marginalizados com projetos como Trabalhadores, Êxodos, Gênesis e Amazônia. Sua obra impactou gerações e ajudou a transformar a fotografia em instrumento de denúncia, arte e transformação social.

Foi homenageado por instituições no Brasil e no mundo, e era membro da Academia Francesa de Belas Artes. Seu legado ultrapassa a estética: foi um ativista ambiental incansável, e sua contribuição na recuperação da Mata Atlântica no Vale do Rio Doce é celebrada por especialistas e ambientalistas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou publicamente a morte do fotógrafo, chamando-o de "um dos melhores que o mundo já teve". No Espírito Santo, autoridades, educadores e ambientalistas também prestam homenagens à sua trajetória.

Sebastião Salgado deixa a esposa Lélia, dois filhos, e um legado visual e ambiental que continuará inspirando a luta por um mundo mais justo e sustentável — inclusive aqui, onde suas raízes se aprofundaram e floresceram.

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