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Mês de Conscientização sobre o câncer de pulmão destaca impacto da poluição no aumento da doença e avanços no tratamento com participação brasileira em estudo internacional
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São Paulo, 04 agosto de 2025 – O mês de agosto ganha um tom de alerta com a campanha Agosto Branco, dedicada à conscientização, prevenção e combate ao câncer de pulmão. Neste ano, a vigilância é ainda mais urgente diante das descobertas recentes sobre o impacto da poluição atmosférica na saúde respiratória e os avanços promissores no tratamento da doença.
Um estudo publicado no início de julho de 2025 pelo periódico Nature revelou que a poluição do ar pode causar mutações no DNA que levam ao desenvolvimento do câncer de pulmão, mesmo em pessoas que nunca fumaram. A pesquisa demonstrou que partículas finas (PM2,5), presentes na poluição urbana, não apenas agravam doenças respiratórias, mas também ativam mutações adormecidas no gene EGFR, especialmente perigosas para não fumantes.
“Essa descoberta reforça a importância de políticas públicas de controle da qualidade do ar e amplia o foco da prevenção para além do cigarro”, afirma o Dr. Carlos Teixeira, oncologista e chefe do Núcleo de Tumores Torácicos do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. “A poluição se torna agora um fator de risco comprovado e alarmante”.
O cenário de alerta vem acompanhado de esperança. O Hospital Alemão Oswaldo Cruz foi destaque na edição de 2025 do maior congresso de oncologia do mundo, a ASCO (American Society of Clinical Oncology), ao liderar a participação brasileira em um estudo clínico internacional que pode mudar paradigmas no tratamento do câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC) com mutações no gene EGFR.
O estudo, apresentado em sessão oral na ASCO e publicado no Journal of Clinical Oncology, avaliou três abordagens terapêuticas neoadjuvantes: Osimertinibe isoladamente, sua combinação com quimioterapia e o uso exclusivo da quimioterapia. Os resultados indicaram que, entre os pacientes que receberam a terapia-alvo antes da cirurgia, houve um aumento de 23% na taxa de resposta patológica maior em relação aos que foram submetidos apenas ao tratamento quimioterápico “Trata-se de um estudo robusto, com potencial de mudar condutas clínicas e beneficiar diretamente pacientes oncológicos com perfis genéticos específicos”, explica o Dr. Carlos Teixeira, que é também coautor da pesquisa. “É um avanço significativo, especialmente para países como o Brasil, onde já conseguimos testar esses pacientes antes da cirurgia””.
O Brasil participou do estudo com 11 pacientes, sendo quatro deles tratados integralmente no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, que foi a instituição nacional com maior número de pacientes recrutados.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pulmão é o terceiro mais frequente no Brasil e o líder em mortalidade entre os tipos de câncer, com mais de 30 mil mortes por ano. Estima-se que 15% dos casos estejam relacionados a fatores ambientais, como a poluição atmosférica, um dado que ganha novo peso com a confirmação dos mecanismos moleculares envolvidos.
Durante o Agosto Branco, especialistas alertam para a importância do diagnóstico precoce, especialmente com o uso de exames de imagem de baixa dose para pessoas em grupos de risco como fumantes e ex-fumantes, indivíduos com doenças pulmonares crônicas, pessoas com histórico familiar de câncer de pulmão, trabalhadores expostos a agentes químicos e aqueles que vivem em áreas com alta poluição atmosférica. Eles também reforçam a necessidade de ações intersetoriais para redução da poluição nas grandes cidades. “A luta contra o câncer de pulmão exige vigilância ambiental, acesso à inovação terapêutica e educação da população. Esse mês é uma oportunidade de unir ciência, sociedade e política pública em torno dessa causa”, conclui o Dr. Carlos Teixeira.
É essencial olhar para o câncer de pulmão com a seriedade e urgência que ele exige. Os avanços científicos e as novas evidências sobre os riscos ambientais reforçam que o combate à doença não depende apenas de escolhas individuais, mas também de políticas eficazes, acesso equitativo à saúde e investimentos contínuos em pesquisa. Somente com informação, prevenção e tratamento personalizado poderemos transformar a realidade dos pacientes e reduzir o impacto dessa doença que, embora silenciosa, ainda é uma das mais devastadoras no Brasil e no mundo.
TOP 10 PULMÃO
Nesse contexto, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz reforça seu compromisso com a educação médica e a atualização científica ao promover o TOP 10 Pulmão, que acontece em 23 de agosto, em São Paulo. O evento reunirá especialistas para analisar os dez artigos científicos mais relevantes publicados no último ano sobre oncologia torácica, trazendo reflexões sobre novas estratégias terapêuticas e prevenção do câncer de pulmão. Voltado a oncologistas, residentes e demais profissionais de saúde, o encontro representa uma oportunidade única de atualização frente aos avanços da ciência e aos desafios impostos pela poluição atmosférica e pelas mudanças no perfil da doença. LINK
Sobre o Hospital Alemão Oswaldo Cruz
No Hospital Alemão Oswaldo Cruz servimos à vida. Somos um hospital de grande porte, referência em alta complexidade e confiabilidade. Uma instituição de 127 anos, sólida, dinâmica e determinada a inovar e contribuir com o desenvolvimento da saúde. Nossa excelência é resultado da nossa dedicação, prontidão, empatia no cuidado e na nossa incansável busca pela melhor experiência e resultado para nossos pacientes, com qualidade e segurança certificados internacionalmente pela Joint Commission International (JCI). Contamos com um corpo clínico diversificado e renomado, além de um modelo assistencial próprio, que coloca o paciente e familiares no centro do cuidado. Nosso protagonismo no desenvolvimento da saúde é sustentado por três pilares estratégicos: Saúde Privada; Educação, Pesquisa, Inovação e Saúde Digital; Sustentabilidade e Responsabilidade Social.
Hospital Alemão Oswaldo Cruz - Registro CREMESP 9000039 - Responsável Técnico: Dr. Filipe Teixeira Piastrelli CRM: 152464/SP RQE: 114416
Dra. Carlos Teixeira CRM 108-859 – RQE 30484
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