COLUNA Adriano Lima Neves

A criação de uma Associação de Moradores


Caros leitores,

Hoje vamos discorrer sobre um assunto pouco discutido pela população da sede do município de Santa Leopoldina: a criação de uma Associação de Moradores.

Confesso que não conheço na história de nossa cidade um só momento em que os moradores da
sede, aqui entendido como o povo em geral, se reuniu em torno de um movimento de integração de pessoas com o objetivo comum de solucionar os problemas da cidade.

É claro que existem várias outras associações em nosso município, como a pioneira Associação de Moradores da Comunidade do Chaves, que faz um trabalho muito efetivo naquela região, além de sindicatos, cooperativas e outras formas de associativismo. Mas, uma Associação de Moradores da Sede, com o intuito de ser um canal de interlocução entre o Poder Público e a população na solução de suas demandas, ainda não havia visto.

E é exatamente uma Associação de Moradores nesses moldes que está surgindo na sede de nossa cidade. É um grande passo inicialmente dado pelo amigo Bebeto Artesão, junto com vários outros cidadãos leopoldinenses, cuja semente está germinando em direção à formalização de uma Associação forte e parceira da Administração Pública e dos demais entes públicos que atuam em nosso município. O intuito principal é acompanhar a formulação e a execução das políticas públicas, dando ideias, sugestões e atuando na fiscalização, cobrando reformulações e redirecionamentos quando necessário.

Ao falar da Associação de Moradores que está nascendo em nossa cidade, precisamos lembrar que o movimento comunitário, luta popular que deu início a essas associações, nasceu no Brasil pela necessidade da população de fazer o enfrentamento dos graves problemas das suas comunidades de maneira coletiva.

Como gosto muito de história, gostaria que o leitor soubesse que o movimento comunitário nasceu em São Paulo, em meados da década de 1940, com a criação das primeiras associações de bairro. Já no sul do país, ele surge em 1946, no Rio Grande do Sul, com a criação da Associação dos Amigos do IV Distrito de Porto Alegre. Confesso que fiquei decepcionado em não poder discorrer aqui, pelo menos um pouco, sobre a história dos movimentos comunitários aqui no Espírito Santo, pois não consegui nenhuma informação histórica relevante.

Essa luta, que no início era travada entre a população que buscava melhorias para seus bairros e o poder público, foi evoluindo ao longo dos anos, hoje já se mostra como uma parceira da Administração Pública na formulação e no acompanhamento da execução das políticas sociais. É uma ação bem mais ampla do que só pedir melhorias da infraestrutura urbana, ou brigar com as concessionárias de serviços públicos e com as empresas de transporte.

E essa fase mais evoluída da ação das Associações de Moradores passou a requerer a criação de organizações mais capacitadas, jurídica e administrativamente, para reivindicar, formular e acompanhar a execução dessas políticas sociais, agora com muito mais consciência, passando a compreender e a identificar com maior consistência as verdadeiras raízes dos problemas sociais. E a partir desse diagnóstico, passar a discutir com mais profundidade as questões como saúde pública, emprego, educação, segurança, moradia e cidadania.

Esta compreensão colocou o movimento comunitário, e as associações nascidas dele, em um papel de reconhecida importância no cenário político, tanto perante os poderes constituídos, como também em relação aos demais movimentos sociais e à população em geral.

O passo dado por Bebeto Artesão e outros cidadãos de nossa cidade se trata exatamente disso: acriação e a formalização de uma Associação de Moradores da sede de Santa Leopoldina, dotada de todas as exigências legais, tributárias e administrativas que uma instituição desse porte requer, com força, representatividade e capacidade de articulação para buscar as melhores soluções para asdemandas mais urgentes de toda a comunidade.

Para isso a participação da população de Santa Leopoldina é essencial. Participe!

Adriano Lima Neves
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