COLUNA Adriano Lima Neves

15º Encontro de Ex-Alunos do Ifes-Campus Santa Teresa (Barracão)

Amigos leitores!!

Estive afastado desta coluna por algum tempo, em função de compromissos profissionais. Mas, como estamos nos aproximando de uma data especial para mim e para várias gerações de estudantes de Santa Leopoldina, resolvi voltar à ativa.

A data especial da qual falo é 19 de agosto, sexta-feira, dia em que se inicia o 15º Encontro de Ex-Alunos da Escola Agrotécnica Federal de Santa Teresa, nosso Barracão, que se estenderá até o domingo, 21 de agosto.

Esse encontro, que acontece bianualmente, é um momento muito especial para os ex-alunos, que, dependendo da época em que ali estudaram, já passaram do 70, 80 e até 90 anos de idade.
Talvez o leitor que não conheça a dimensão dessa tradicional “escola de vida” não consiga perceber a importância que ela teve e tem sobre a formação educacional, técnica e profissional de várias gerações de Santa Leopoldina e região. Assim como Santa Teresa, que é o município onde a escola está localizada, além de Colatina, Itaguaçu, Itarana e Afonso Cláudio, Santa Leopoldina é uma das cidades que mais enviou alunos para essa escola nesses mais de 80 anos de atividade. E este texto tem a intenção de fazer o leitor entender o tamanho do orgulho e do amor que essas gerações nutrem por essa escola.

A sua história começa em 1940, quando Enrico Ildebrando Aurélio Ruschi, então Chefe do Departamento Geral de Agricultura, Terras e Obras do Espírito Santo, encaminha um relatório pormenorizado ao interventor Federal João Punaro Bley, que administrava o nosso estado no chamado “estado novo”, período em que Getúlio Vargas estava no poder. Esse relatório continha a exposição de motivos para se implantar uma Escola Prática de Agricultura no nosso estado. E o projeto idealizado por Enrico Ruschi, que por acaso era irmão do cientista Augusto Ruschi, foi plenamente aprovado por Punaro Bley. E foi escolhido como local de implantação da EPA-Escola Prática de Agricultura o município de Santa Teresa, mais precisamente a região onde estava localizada a antiga fazenda da família Pagani e sua usina hidrelétrica, ambas no distrito de São João de Petrópolis, conhecido como Barracão.

Além da fazenda da família Pagani, foram incorporadas algumas pequenas propriedades adquiridas por desapropriação, chegando-se a uma área total de 626 hectares, suficientes para a implementação do projeto, que se tornou o maior estabelecimento rural da região.

A 1ª Turma da Escola Prática de Agricultura foi no período de 1940 a 1942, e o primeiro leopoldinense a estudar nessa instituição foi Altêmio Muller, conhecido popularmente como “Seu Alú”. E logo depois, por força da Lei Orgânica do Ensino Agrícola, que indicava que as escolas agrícolas deveriam funcionar em regime de internato, foram ofertadas as quatro séries do 1º ciclo, o chamado Ginásio Agrícola, e as três séries do 2º ciclo, que já formava Técnicos em Agricultura. 

Por volta de 1948, houve a primeira mudança no nome da instituição, passando a se chamar Escola Agrotécnica do Espírito Santo, ano em que foi lançado o jornal O Cultivador.

A partir de 1956 a instituição passou a se chamar Escola Agrotécnica de Santa Teresa, período em que foi inaugurada a rádio agrotécnica, A Voz da Lavoura. 

Já em 1964, com nova mudança na legislação, passou a chamar-se Colégio Agrícola de Santa Teresa.

Em 1979, quando eu era interno dessa instituição e já cursava o segundo ano do ensino técnico, o Colégio Agrícola de Santa Teresa passou a se chamar Escola Agrotécnica Federal de Santa Teresa.

E em 2008, veio a última alteração, com a Lei 11.892, que criou os Institutos Federais de Educação Ciência e Tecnologia no Brasil. A agora extinta EAFST tornou-se o atual IFES-Campus Santa Teresa. 

Essa história toda que contei para o leitor, embora rica e longa, não consegue nem de longe transmitir o sentimento que os ex-alunos dessa instituição, principalmente os que foram internos como eu e a minha geração, conservam e nutrem até os dias de hoje.

E o 15º Encontro de Ex-Alunos tem exatamente esse intuito: relembrar, celebrar, conservar e nutrir os nossos corações e almas com as boas lembranças desse tempo que não volta mais.
Participe você também do 15º Encontro de Ex-alunos 2022!!


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2 Comentários

  1. É um prazer escrever sobre as coisas de nossa terrinha...

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  2. Muito bom a colaboração do Adriano ao jornal O Leopoldinense. Parabéns!!!!

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