![]() |
Foto: Londres, Inglaterra (Getty Imagens) |
Várias cidades na ilha da Grã Bretanha, por exemplo, tiveram o seu dia mais quente da história nesta segunda-feira (18), com as maiores máximas já registradas em País de Gales (37.1°C). Esses recordes podem ser quebrados nesta terça-feira, 19 de julho, segundo os meteorologistas, que esperam um refresco na região apenas a partir de quarta-feira.
Em Londres, o metrô registrou queda de 18% no número de usuários nesta segunda-feira, e o serviço de ônibus 10%, com muitos trabalhadores observando as recomendações das autoridades de evitar deslocamentos. O movimento nos aeroportos foi interrompido, e os serviços de trens britânicos reduziram a velocidade das locomotivas por razões de segurança. A maior parte das escolas do país está funcionando parcialmente, atendendo prioritariamente os filhos de trabalhadores de setores essenciais. Os serviços de saúde estão em alerta máximo, já que ondas de calor aumentam o risco de morte para idosos e pessoas com doenças crônicas.
Recorde de calor em Dublin desde 1887
Na ilha vizinha, a Irlanda do Norte, país que faz parte do Reino Unido, marcou 30°C nesta segunda, muito perto da maior temperatura já registrada ali: 31,7°C há apenas um ano, em julho de 2021. Na parte sul da ilha, a República da Irlanda vive o seu dia mais quente desde 1887, com a maior temperatura já registrada na capital Dublin: 33°C. Segundo o serviço nacional de meteorologia irlandês, Met Éireann, esta temperatura máxima está 12.8°C acima do normal para a região mesmo no verão.
“Eu tenho feito previsões por 38 anos e não vi nada semelhante a isto. Eu temo que a partir deste momento, os efeitos da mudança climática estejam aí para que todos possam ver”, afirmou o meteorologista John Michael Hammond, o “homem do tempo” da BBC, em entrevista ao canal GBNews nesta segunda.
“Nosso Clima não está oscilando entre picos de calor e frio, ele está indo para uma tendência de temperaturas altas cada vez mais altas. Veremos ondas de calor ainda mais prolongadas, severas e frequentes daqui para frente. Isso significa que esses 40°C que teremos nesta segunda e terça-feiras serão observados novamente no futuro próximo”, explica o meteorologista.
“Nossa infraestrutura terá que se adaptar, incluindo nossas casas. Nós não temos ar condicionado, por exemplo. Quando experimentamos essas temperaturas no exterior, na praia, em uma viagem de férias, de volta ao hotel temos uma infraestrutura pronta para esse resfriamento. Nesta segunda e terça-feiras não haverá onde se esconder do calor no Reino Unido”, alerta Hammond.
Um estudo recente do Met Office, o serviço nacional de meteorologia do Reino Unido, revelou que verões com temperaturas acima de 40°C em algum lugar daquele país teriam atualmente um tempo de retorno de 100-300 anos, mas isto pode diminuir para 15 anos até 2100 mesmo com as promessas atuais de redução de emissões que causam as mudanças climáticas.
O verão atual está mais quente do que o normal em muitos países do Hemisfério Norte, incluindo Estados Unidos, Portugal, Espanha e França. Nesses países, a atual onda de calor já fez centenas de vítimas fatais e as queimadas ameaçam residências e estradas. Se você está ou irá para essas regiões nos próximos dias, não deixe de observar as recomendações das autoridades locais sobre deslocamentos seguros nas horas mais quentes do dia.
Fonte: Climatempo

Postar um comentário