Hoje, trago a voces uma dessas doce lembrança.
Como era bom apreciar a roda de conversa dos mais antigos que acontecia quase todos os sábados ao raiar do dia na Mercearia Endringer. Era por demais divertido escutar o Turco Zé Curi, Seo Nico, Zecu Adão, os irmãos Floriano e Camilo Thomas, Arnaldo Giesen, Luiz Nagel, Eduardo Siller, Arnaldo Camponês, Sebastião Cristo, Augusto Reinholz, Fritz Lichtenheld... Entre uma pinga e outra regado a um bom pedaço de carne seca ou tira gosto de Dona Moça. Era assunto para mais de um dia todo de convercê, um desenrolar de causos acontecido durante a semana ou revelado de acordo com o grau da "marvada" e o negócio esquentava quando era dado voz a falatório ao homem mais serio do lugar, que atendia pela alcunha de "Antoin" Endringer.
Gostava de uma prosa, quase sempre recheada de ilusão, se é que pudemos assim dizer. A propósito, estamos no mês cujo dia primeiro é da mentira. O popular e sempre inspirado caipira, contava um fato extraordinário cujas características desafiam a ciência da genética até os dias de hoje.
Segundo seu relato, em suas terras numa antiga fazenda pras bandas de Mangarai, uma porca, às vésperas de parir, fuçava no quintal e, de repente, inventou de meter a cabeça num pote velho abandonado. Meteu a cabeça, não conseguiu mais tirar e, mesmo às cegas, embrenhou-se pela mata. Só voltou dois dias depois, arrastando uma ninhada de 15 bacorinhas. O que espanta não é a prole numerosa, mas o detalhe de que cada filhote trazia a cabeça enfiada numa quartinha...
Quando indagado a respeito dos fatos, eu sempre dizia: Essa aí é verdade eu conheço esse senhor. Ele não mente !!
Depois do acontecido certamente a reunião era dissipada, quando não, acabava em furdunça.
Eta tempo bom !!
Na foto seo "Antoin" (falecido) e vovó Santilha, sua esposa, que graças ao bom DEUS ainda está no meio de nós com seus 103 anos bem vivido. Matriarca da família e da comunidade do Tirol.
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