ESPORTE

Sem "combustível" para seguir, Honda deixa o Botafogo


A relação entre Botafogo e Keisuke Honda chegou ao fim e o último capítulo, a rescisão contratual, vai ser escrito ainda nesta semana. Lesionado e com proposta do futebol europeu, o japonês pediu para deixar o clube após dez meses de badalação externa, mas poucos resultados dentro de campo. No entanto, este pode não ser o ponto final de sua história com o time alvinegro.


O meia de 34 anos quer manter algum vínculo com o Botafogo, mas os detalhes dessa nova fase da parceria ainda não foram definidos. Existe a possibilidade de Honda se tornar um embaixador do Bota na Ásia, levando a marca do clube brasileiro para outro continente. O japonês tem vontade também de distribuir planos de sócio-torcedor aos alvinegros e ter projetos no Brasil.


A ajuda do atleta, como ele mesmo supôs em sua decisão de deixar o clube, está ainda em aliviar a folha salarial nos próximos dois meses, apesar de que seus vencimentos não influenciam muito nos gastos mensais do Botafogo. O contrato previa rescisão por qualquer uma das partes a qualquer momento, o que foi feito pelo japonês.


O acordo entre Honda e clube aconteceu sem traumas, e o camisa 4 entendeu que era melhor estar perto da família para se recuperar da lesão na coxa esquerda antes de definir seu futuro. O Botafogo concluiu que segurar um jogador insatisfeito não seria produtivo.


A decisão de Honda


A lesão que o mantém afastado até fevereiro e o interesse do mercado europeu são dois grandes fatores que explicam o divórcio. Mas não são os únicos. A dificuldade de adaptação ao futebol brasileiro pesou para o jogador.


Honda teve dificuldade de processar cultura, fuso horário, clima e, por isso, não estava se sentindo 100%. Parte dos problemas físicos estão nessa adaptação, além da idade avançada.


Outro fator que pesou para a decisão foram atritos no vestiário. O japonês ficou insatisfeito em alguns momentos com hábitos e posturas de alguns companheiros. Ao mesmo tempo, a liderança do estrangeiro não era bem aceita por parte do elenco. Após a derrota para o São Paulo, há 20 dias, o clima no vestiário incomodou dirigentes.


O meia ainda estava desconfortável com a desorganização do calendário do futebol brasileiro e, especialmente, os problemas internos do Botafogo. A falta de uma gestão profissional, que levou o time a ter cinco técnicos na temporada, já rendeu até críticas públicas por parte de Honda.


O pensamento de deixar o Botafogo não vem de agora, mas o meia havia se acertado com a nova comissão técnica e com o gerente de futebol Túlio Lustosa, tanto que assinou a extensão do vínculo até 28 de fevereiro de 2021. A lesão foi o ingrediente que faltava para Honda ir embora.


O técnico Eduardo Barroca foi comunicado da situação no último domingo, após a derrota para o Corinthians, e ainda não teve a oportunidade de conversar com o atleta. A diretoria informou ao departamento de futebol que a decisão estava tomada e não era passível de diálogo.

Fonte: GE

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